sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Relativo a Alice

Não me dou a coelhos.
E  não me culpo.
Sou do tipo de pessoa que não senta só embaixo de uma árvore.
Que não dorme enquanto le um livro... muito menos ouvindo musica.
Quero sempre acompanhar a letra, não me rendo ao sono.
Nunca se sabe quando se pode cair em um buraco.
Sou curiosa sim, e me orgulho disso.
Nunca me arrependo de saber o que sei, porque ainda respeito
meus limites de compreensão.
Nunca me meto a saber o que não aguento.
A nao ser pelo prazer de tentar
apesar da nao-intencao de conseguir.
Descobrir qualquer coisa é sempre um mal irreversível
Porque implica em desejar a ignorancia
sem sucesso.
Pra isso é necessario arte, um vinho barato e um pouco de cinismo.
Recomenda-se sempre tomar a pilula azul.
Convenço a mim mesma de fingir o que é real
porque assim eu me sinto menos crua,
pena que não menos distorcida.
So me firo no susto,
assim o impulso permanece vivo.
Adoro qualquer tipo de misterio
E brinco que procuro o que é sincero
quando amo tudo que é fantasioso
Mesmo sem respostas diretas
pego sempre a esquerda.
Porque a ideia original nunca é chegar
e sim, experimentar o caminho.
45° graus ao sol e travesseiro
nao é preciso formulas para crescer.
Um espelho e processo revertido
Sem sucos ou cogumelos
Mais ainda a fumaça alucinante de uma cidade atordoada e insana.
Não estou reclamando...
Também sou filha desse caos.
Me adapto a desordem e ate gosto
pregando a mim mesma o desafio
de continuar.
Então mantenho minha cabeça no lugar
e longe de cartas de baralho
Porque o que tenho nao é uma historia infantil
nem dá espaço a outras interpretações.