sexta-feira, 25 de junho de 2010

Relativo Lunar

Mil e três desimportancias lunares.
Abro o livro e escrevo o nome dela.
Dedico o pensamento a sua ausencia e a dor a sua antiga aparição.
Única.
O vento nunca mais me foi o mesmo.
Bagunçou os cabelos dela no caminho da estação.
A paisagem agora é outra...distorcida
e o estagio que escolho é negação.


Ela também.
Abraça canticos e rituais e segue seu destino promissor.
Me vem fantasma vez em quando.
Pertubar meu sono e procurar o que deixou.
Não interfiro e não entrego.
O indefinido é tudo que ainda tenho
pra me lembrar da historia que não foi.

A ela restou uma sede. Um apego.
Um medo de reflexos no espelho.
Ainda escreve dizendo do inconclusivo que a agride.
Respeito sua intolerância a álcool, mentiras e mudanças no roteiro.
Mas não sou assim tão boa pra seguir os seus princípios.
Ainda tenho minha indole em sepia.
E os olhos dela imitando a literatura.

Quem os fez assim depois de mim?
É ainda dificil a compreensao da permanencia.
Não faz nenhum sentido o seu rosto emoldurado.
E seu nome catalogado em um signo sanguineo
Preso ao animal de minha primeira casa
Preserva a residencia em nossa fuga.
Desde o sentido forte das maos dela
ate a incerteza de seu espirito quebrado,
Destroçando com a minha fé e o caminho.

Pelo que sobrou da trilha aberta
ela escolheu passar despercebida.
Ignorar o instinto dividido e adotar constante a fase crescente.
Conta agora com uma descrição normal
pela vida banal que escolheu
Mas ainda vem a mim com certa dose de acidez
que me lembra de conta-la como sendo
o grande Amor de minha vida ficcional.

domingo, 20 de junho de 2010

Relativo ao que ele vê

Da paisagem firme ficou justo o estrangeiro.
Calendários cheios de santos de outra fé.
Na rua vazia o que se ve é alaranjado
Nos olhos fechados  do artista em seu casulo
Processo imediato e ininterrupto
circulando em sua arte de passagem.

Sorriso.
Agora preso em um frasco vermelho.
Guarda sua alma de profeta imersa em liquido quente
dentro do frasco vermelho.
O seu corpo a principio é ambiente... frio.
Não o suficiente.

O genio respira ofegante e o frasco soa.
Esquentando as cores por tras de suas
janelas... telas... rendas... dela.


Não se sabe ao certo a hora do despertar...
a musica tocou a noite inteira
e a ajuda chegou pela manha
querendo colo, leite e janelas abertas...
Para entrar e se apossar do que deixou
Se preparando pra deixar mais outra vez.

Soluço.
Do marinheiro que nao veio e nem vira
à bailarina que nao dança por gostar de ler
a teoria o ancora no sofa
e Piazzola sai suave pelo sax.

Das mentiras essa é aquela que nao fica.
Entre todas as desculpas primitivas
Tem-se alem do sangue e da fuligem
e da presença do amigo mais querido
O delirio que dá liga as suas tintas...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Relativo Vinho e Vodka

Ele cheirava a milho e gengibre...
Bem tipico.
De mim exalava um vinho barato
Que eu nao bebi.
Mas quem ia acreditar na historia de terem derrubado em mim.
"É muito 'sessao da tarde'" ele diria.
Coisa de adolescente.
Mas estava lá... sentado no canto do sofa
Cheirando a adolescente.
Brincando com o gato.
Reclamando do frio.

Reparei no espumante na mesinha.
Sabia que ele nao tomava vinho.
"Presente da minha mae" Ele disse
E eu pensei que era muito 'sessao da tarde'

Coisa de...
Pensei de novo... Nao podia comparar...


Mas ele comparava.
E mesmo que discreto nao podia evitar.
Queria conduzir, mostrar, ensinar
Ensinar... Força do habito
Profissional dedicado
que mesmo contrariado leva trabalho pra casa.
E se me ouvisse falar assim...
Diria que a culpa minha...
e de minha inenarravel habilidade de insistir.
Eu nao discordo
E diria apenas que sou libriana
Mas ele nao entende nada de astros,
e teima em me pintar com cores frias
mesmo que em quadros quentes.

Tudo bem.
Sei onde guarda os incensos
Ele pede Jasmim
Eu acendo absinto.
E perjuro nao haver má intenção

Não há.
Não má.
Nada que lhe faça mal.

Se serve de bebidas fortes num copo pequeno.
Pequenas doses de um soro embriagante.
Diz que é como eu.
Me sinto vodka/gim/tequila
Mas me conheco muito mais dionisiaca.
Ele sabe
E lamenta nao ter resistido mais.

Não ter sido mais firme com os 'Nãos"
ou suas passadas largas no corredor
alarmado de nosso sagrado local
de encontro inadequado e obrigatorio.

Não como hoje,
Insensato permitido.
Os passos podem ser catalogados.
Um mapa deturpado da prova do crime.

A porta destrancada e as janelas sem cortinas
O frio se vai.
Os braços ficam.
Ouço bons sonhos regendo novas molduras...

Dele...que  dorme em paz
acreditando ser segredo
So porque escolheu
nao ler os meus poemas.

Relativo Convalescente

Eu era de uma outra outra Era
Lembro de pertencer a um outro tempo
Querer escrever uma outra historia.
A verdade é que nao adiantou de nada eu nao ser daqui
Quase me levaram por engano.
Mas eles nao sabem do meu plano
De nao partir.
So vou embora pra voltar de onde eu vim.
E seja o meu lugar aonde for
So espero que me esperem, que me aguardem
E que saibam que apenas me perdi.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Relativo Divergente

Estou sem tempo...
Tenho algo a fazer... coisas chatas do dia-a-dia
coisas que sempre adio mas precisam mesmo ser feitas.
Que sejam por mim entao...

Meu coração esta todo alugado.
Emprestado, vendido, doado.
Meu coração virou uma pensao de tres quartos.
Ando dormindo no sofa, dai essa dor nas costas que nao passa...
dai essa dor no peito tambem...
Falta de tempo...
A um, a dois, a todos, talvez...
falta de tempo pra mim...
falta, desleixo, defeito, comigo...

Fico pensando as vezes que se houvesse jeito
me doaria inteira a cada um
e eles me rasgariam no meio e dividiriam em partes iguais...
trocariam meus membros entre si
pelo puro gosto de me compartilhar...
Insensiveis ao que viria depois...

Concluem cada passo sem saber
Incentivando meu fetiche ilusorio...
de ter a todos num futuro que não existe
Pelo tempo que nao tenho e que me engole...
Me afasta daquele que tenho,
me amarra àquilo que tive
e fere com o que nao terei.

Ainda não sei o que pode ser amar
esses pobres irmaos de cadeia alimentar.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Relativo Sem Sentido

Hoje começa o feriado prolongado.
Feriado só pra mim...
Estou sozinha. Por minha escolha.
Escolhi, escolheu.
Decidi... estar com ele que nao esta aqui.
Independe.

Ontem achei que poderia mudar o mundo... o meu.
E demolir de vez o muro alheio,
e saquear o castelo,
e declarar ser a princesa que partiu
e jamais trara de volta o que sobrou.

Hoje acho que preciso de passagens de aviao.
Ou de carinho...
Mas tanto faz, não terei nenhum dos dois agora.
Não ha castelo nesse tempo/calendario.
Não nessa festa que ele me fara rainha.
Ainda nao.


Amanha pretendo sol e sorvete.
Mas o Sol não estará pra mim tão logo.
Minha cabeça nas nuvens trara tempestades.
E pensar que ainda não sei nadar.

Me abrigo num pedaço de terra sem frutos
Meu e dele...
Por puro medo de lançar as aguas...
Ainda sem casa...
So por saber que o Mar nao ta pra Peixes...
Espero em Cancer

E danço ao redor de uma fogueira