sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Relativo acompanhado

Festa?
O que dizer...
O gato comeu minha lingua...
mas não essa noite.
Que estava ocupado me ocupando a atenção
Enquanto vigiava ciumento
um pedaço de carne no espeto.
Que ele trouxe pra compartilhar a fome
mas levou pra devorar sozinho
em casa.
Dieta especifica e egoísta.
Rejeitou os doces e os caminhos fáceis
Quem diria o lobo mau dispensando a chapeuzinho
em meio a histeria coletiva da cidade.
Vai embora cedo pra aproveitar a noite
e de barriga cheia
sonhar com o fim da sobriedade.
Ao amanhecer meu telefone mia
e como diria o velho deitado:
Foi a curiosidade que matou o gato.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Relativos experimental

Abro os olhos...
Desperto de volta ao lar
Espreguiço no colchão, sem cama.
Ao toque oco de seus pés na madeira
contando os passos ate o banheiro.
Cena
Nunca chegam aos 19.
Sorrio.
Pela historia nossa contada em mil historias de outros.
Seus dedos descrevem perfis alheios.
Os tomo para mim.
Me visto de seus personagens.
Trazendo minha real.idade a essa ficção.
Se te vejo criador, me sinto sopro da vida.
Acordo já em nosso palco.
Iluminação perfeita...
as luzes do dia fazem desenhos no teto.
Poesia das paredes deste reino.
Alimento-me de interpretar o que já sou
e só você vê e me mostra.
Me mostro pra você.
que usa minha pele pra escrever
aonde não alcanço
as paredes sussurram os personagens que interpreta
e que desconheço
mas que reconheço
pelo desenho solar no fundo dos olhos.

sábado, 6 de novembro de 2010

Relativo a omenino

Ele se foi.
Ontem omenino se foi.
Vai jogar bola...empinar pipa...
brincar...
com outras meninas
de saia-rodada
de cabelo solto ao vento.

Omenino foi desenterrar um tesouro
que nao lhe cabe.
Mas se atreve a correr na rua da infancia
ainda presente
e ter como presente
o mundo inteiro.

Ontem omenino partiu em sua jornada
deixou nos meus braços o cão
e no coração
o "vem morar comigo".
O homem que é meu
omenino levou pensando em voltar.
E na janela o cata-vento é violento.

Dos meus fragmentos de amor
o doce foi o que ficou
no peito aberto do poeta.
o fogo pegou a casa do palhaço
e o que guardo agora
é o corpo que o abriga.

Mas omenino é de estrada.
Nao tem medo...
Nao tem casa...
E por isso o terceiro
e mais implacavel
dessa ligação.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Relativo Contra-Ataque

Ele escreve/ desenha/ compoe e as vezes se atreve a super heroi...
Sem querer
Ele não gosta de herois.
Ele gosta de mim...
que nao gosto de herois
Por isso que escreve, desenha e as vezes compoe
pra mim....
como sendo um bom vilão.
Mas ele parece mais um justiceiro.
E disso eu gosto.
Mas ele nao percebe que era assim
mesmo antes de ele dizer que era.

Ele me apresentou a Aleister Crowley/ Marty McFly e Hank Moody
Ele não gosta de Caetano.
Ele me cantava "Leaozinho"...do Caetano
Mas acho que nao vai mais cantar.
Porque eu disse que gosto.
E ele teme que eu goste de qualquer coisa
que nao venha dele.

Ele nao faz as coisas que eu peço
porque só assim é mais forte do que eu.
E tambem porque sabe que eu nao aguento ouvir um nao
E é um prazer todo dele
me dizer nao
e ter alguma coisa que desejo.
Pra que talvez eu saiba como ele se sente.

Ele tem mania de querer bem
a todo mundo.
Eu tenho mania de achar
isso errado.
Ele diz que tambem acha.
Mas continua assim.

Ele vai me levar a Paris
num futuro talvez muito distante.
Porque eu detesto essa mania ele tem
de se apegar aos detalhes
ate mesmo das palavras sem sentido.

Uma vez ele disse que me amava.
E continuou dizendo
ate eu nao dizer mais.

Ele falava tanto que nao falei mais sozinha.
E estavamos sempre a sós quando dizia
que seria mais facil se eu voltasse.

Eu nao gosto que ele seja assim tao diferente
sem mim
E elas (que estao com ele quando nao estou)
Não devem gostar
de mim.

Principalmente por ele ser
assim, conveniente
de dizer tambem que ama
mesmo quando ja nem sente
falta.

E eu achando graça de saber
do que se passa
com ele
sem mim.
Enquanto ele faz graça
e tenta
chamar a atençao dos versos
que eram meus
pra elas
que nao eu
Pra ver
se assim volto mais depressa.

Já que entendeu o que não é substituivel.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Relativo a nós dois

(ela entra sem bater na porta)


-Ainda dormindo?
-Voce sempre chega tão de surpresa que já nem me assusta.
-Ah, agora até o meu inusitado é previsivel?
-Acontece, quando se conhece bem alguem.
-E voce acha que me conhece?
-Melhor do que voce.
-Voce nao sabe como eu funciono.
-Sei sim, posso prever cada movimento.
-Não todos.
-Todos. Até mesmo os que me machucam.

(Ela ri sem graça)

-Fecha a porta.
-Porque?
-Porque voce já esta aqui. Não preciso me preocupar com a porta no caso de voce chegar.
-Você fica esperando por mim?
-Sempre.
-Como sabe que virei?
-Não sei, mas se vier vai conseguir entrar.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Relativo a Alice

Não me dou a coelhos.
E  não me culpo.
Sou do tipo de pessoa que não senta só embaixo de uma árvore.
Que não dorme enquanto le um livro... muito menos ouvindo musica.
Quero sempre acompanhar a letra, não me rendo ao sono.
Nunca se sabe quando se pode cair em um buraco.
Sou curiosa sim, e me orgulho disso.
Nunca me arrependo de saber o que sei, porque ainda respeito
meus limites de compreensão.
Nunca me meto a saber o que não aguento.
A nao ser pelo prazer de tentar
apesar da nao-intencao de conseguir.
Descobrir qualquer coisa é sempre um mal irreversível
Porque implica em desejar a ignorancia
sem sucesso.
Pra isso é necessario arte, um vinho barato e um pouco de cinismo.
Recomenda-se sempre tomar a pilula azul.
Convenço a mim mesma de fingir o que é real
porque assim eu me sinto menos crua,
pena que não menos distorcida.
So me firo no susto,
assim o impulso permanece vivo.
Adoro qualquer tipo de misterio
E brinco que procuro o que é sincero
quando amo tudo que é fantasioso
Mesmo sem respostas diretas
pego sempre a esquerda.
Porque a ideia original nunca é chegar
e sim, experimentar o caminho.
45° graus ao sol e travesseiro
nao é preciso formulas para crescer.
Um espelho e processo revertido
Sem sucos ou cogumelos
Mais ainda a fumaça alucinante de uma cidade atordoada e insana.
Não estou reclamando...
Também sou filha desse caos.
Me adapto a desordem e ate gosto
pregando a mim mesma o desafio
de continuar.
Então mantenho minha cabeça no lugar
e longe de cartas de baralho
Porque o que tenho nao é uma historia infantil
nem dá espaço a outras interpretações.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Relativo em Movimento

Bizarro!
Foi sim. Inutil e perspicaz.
Em noite de naufragio, pernas nuas
Aos olhos afogados, dicas largas.
Sob som abolerado vozes roucas
No brilho escondido, displicencia.
Visivel, passo distante.
Contente, vago cadente no grande salão.
Vazio. Abraça em caridade a existencia
de um toque tao sublime quanto o seu.
Cantado sorridente em outras linguas
o hino que regia o amor só meu.

domingo, 8 de agosto de 2010

Relativo Figo e Ferrugem

Toda vez que escuto blues me lembro dele.
E relativo ao tamanho do acaso me perco na saudade que nao tenho.
No apego a claridade e ao verde-agua.
Do disfarce em fugir das aguas rasas
E quando corajosa ensaio a cena
ele me vem declarando desacato e tolerando sorridente o desencontro.
Não achou o que perdi de mim.
E precisou que eu fosse apenas o que deveria ser
Debaixo de olhos vigentes, tentou reformular dificuldade
e me refazer vulgar e simples
Desprezando toda peculiaridade
que o deixava vivo.
Tido que sua alma criativa
Sugava a intensidade de minha fonte
e gritava de minha efemeridade
justificando minha passagem fulminante
em sua arte.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Relativo a Musa

Um dia... e o tempo fechou.
De todos os dons que eu dispunha me surpreendeu o cheiro do vento.
Traziam personagens dedicados
e um tempero de novos mundos e satelites.
Era partida.
Como chegada.
Dela, partida no meio.
E repartindo antes de ir
O que de si viria buscar depois.

Deixou pra ele o bom sentimento.
O respeito
As lembranças felizes do que ainda a devorava
A saudade das tardes de sabado
e os olhares meigos.

Pra mim ficou o irreparavel.
o sujo, indisposto,
Ficou os planos mirabolantes
e desejo infindavel.
A fuga desenfreada e o mal-me-quer.

Adotei o quarto minguante do quarto que nem ele conheceu.
E se pudera, do cheiro do tempo
que so agora o vento conseguiu trazer
Já saberia das migalhas que levou
e que do pouco que salvou de si
alimentou a quem neguei um coração.

Simbiotica.
Sugou dele um desespero a reação
e uma aversão vulgar a distorção
Que não lhe cai bem aos olhares fortes.

Do habito que tinha ao pedestal
em tudo que guardava e não tem mais
Não é mas nem a a sombra de minha musa
Mas continua linda...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Relativo ao meu cliche adolescente e confusas cartinhas de amor

.11:57
Bom Dia,
Em alguns minutos será tarde... Mal terei começado a escrever e será tarde.
Ser tarde me lembra um tempo em não podia ter a manha... ou a noite amanhecida.
Pronto. É tarde agora.
Boa Tarde,
A tarde avança... e penso que a noite guarda sempre um bom começo. Mas que não precisa acabar no dia seguinte com uma nova noite e nem de manha com o nascer do Sol. O Sol nasce sempre muito cedo.
Mas agora é tarde. E a manha que passou e que eu não vi e a noite que vira e ninguém viu não é mais que a moldura desse quadro.De Sol alto e vento gelado do pós meio-dia.
Hoje de manha acordei com uma vontade imensa de fazer as malas. Só por fazer e depois desfazer tudo. Talvez so pra passar de novo pelo processo de certeza, possibilidade, duvida e total descrença da necessidade de começar tudo de novo.
A pior parte de recomeçar é insistir sem fé. Guardar as coisas, empacotá-las... Parece prever o que você vai precisar, o que pretende usar nesse próximo futuro. O que você guarda é sempre quem você guarda. Quem precisa levar consigo.
Eu sempre fui uma adoradora de boas lembranças. Você me pregou o desapego. Hoje quando lembro da minha historia, lembro apenas de uma historia, sem muito sentimento. Lembro dos momentos que pensei serem os piores momentos e que não foram. Passaram e hoje não trazem significado algum. Talvez um pouco de tristeza, talvez por terem existido.
Quando tento me lembrar de mim e do caminho. Tento lembrar apenas do que me deixou feliz. Percebi recentemente que as melhores coisas, minhas melhores memórias eu guardo so pra mim. Como se ao dividi-las elas se tornassem menos minhas. Fiquei feliz em conseguir me livrar de algumas coisas antigas. Joguei fora pilhas e pilhas de cadernos que achei que morreriam comigo.
Hoje quando levantei, decidi dar um banho na Lua, limpar nossas coisinhas, abrir nossas cartas.
Agora são 13:09... acho que penso e falo mais do que escrevo. O que me leva agora a pensar se estou escrevendo pra você ou pra mim.
Esses dias vi um filme muito bonito que queria ver a muito tempo. Nesse filme tem um frase que eu gostei muito, não entendi o que queria dizer mas gostei mesmo assim.
“Os homens vêem a vida numa caixa, as mulheres vêem numa sala redonda.”
Desculpe, estou aqui há mais de uma hora, sentada e com frio escrevendo coisas aleatórias. As vezes tenho a impressão que é isto que você quer, que eu diga tudo que se passe em minha cabeça.
Estou meio dormente.
Ontem chorei bastante. Hoje ainda não. Acho que não vai acontecer. Não hoje. Hoje estou um tanto dormente.
Acabei de chorar. Achei que não ia chorar hoje. Li um email que te mandei é bem antigo. Fiquei feliz. Chorei feliz, sabe.
Já assisti algumas varias vezes ás fotos que você me mandou.  Ficaram lindas... Tem uma que você parece segurar um coração.
Li sua carta... Era pra ser uma resposta. Mas minha cabeça ta a mil e isto são so pensamentos soltos.
Acho que eu queria era viajar. Pra algum lugar longe, novo. Ou me mudar. Pra outra cidade. Eu, minha mãe, meu irmão. Coisa de família sabe. Ai eu arrumava um emprego, ajudava em casa. Fazia algum cursinho, preocupações com a faculdade. Escolhia um curso legal.  Adotava um cachorro. Novos ares.
Acho que você também... ia ser bom voltar ao que era... digo, antes de eu bagunçar a sua vida.
Mas eu não quero ir pra lugar nenhum sem você. So que também quero que você seja feliz. E seria muito bom se fosse comigo.
(Ok, longo silencio)
To tentando achar um jeito de dizer que aceito uma coisa que eu não quero.
Temos muito um do outro as vezes, e as vezes muito pouco.
Deve ser coisa outro mundo,  do meu e do seu... queria que so houvesse o nosso.
Mas confio em você, talvez não jeito que você enxergue confiança, mas do meu jeito, que deve ser todo torto e improvisado como eu, eu confio. E sei que as coisas vão ficar bem. Um dia, tem sempre hora e lugar pra tudo. Acho qe vc sabe melhor as horas e os lugares do que eu.
Seja do jeito que for agora... espero que seja doce...
Mil Beijos, Te Amo
14:14   

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Relativo Lunar

Mil e três desimportancias lunares.
Abro o livro e escrevo o nome dela.
Dedico o pensamento a sua ausencia e a dor a sua antiga aparição.
Única.
O vento nunca mais me foi o mesmo.
Bagunçou os cabelos dela no caminho da estação.
A paisagem agora é outra...distorcida
e o estagio que escolho é negação.


Ela também.
Abraça canticos e rituais e segue seu destino promissor.
Me vem fantasma vez em quando.
Pertubar meu sono e procurar o que deixou.
Não interfiro e não entrego.
O indefinido é tudo que ainda tenho
pra me lembrar da historia que não foi.

A ela restou uma sede. Um apego.
Um medo de reflexos no espelho.
Ainda escreve dizendo do inconclusivo que a agride.
Respeito sua intolerância a álcool, mentiras e mudanças no roteiro.
Mas não sou assim tão boa pra seguir os seus princípios.
Ainda tenho minha indole em sepia.
E os olhos dela imitando a literatura.

Quem os fez assim depois de mim?
É ainda dificil a compreensao da permanencia.
Não faz nenhum sentido o seu rosto emoldurado.
E seu nome catalogado em um signo sanguineo
Preso ao animal de minha primeira casa
Preserva a residencia em nossa fuga.
Desde o sentido forte das maos dela
ate a incerteza de seu espirito quebrado,
Destroçando com a minha fé e o caminho.

Pelo que sobrou da trilha aberta
ela escolheu passar despercebida.
Ignorar o instinto dividido e adotar constante a fase crescente.
Conta agora com uma descrição normal
pela vida banal que escolheu
Mas ainda vem a mim com certa dose de acidez
que me lembra de conta-la como sendo
o grande Amor de minha vida ficcional.

domingo, 20 de junho de 2010

Relativo ao que ele vê

Da paisagem firme ficou justo o estrangeiro.
Calendários cheios de santos de outra fé.
Na rua vazia o que se ve é alaranjado
Nos olhos fechados  do artista em seu casulo
Processo imediato e ininterrupto
circulando em sua arte de passagem.

Sorriso.
Agora preso em um frasco vermelho.
Guarda sua alma de profeta imersa em liquido quente
dentro do frasco vermelho.
O seu corpo a principio é ambiente... frio.
Não o suficiente.

O genio respira ofegante e o frasco soa.
Esquentando as cores por tras de suas
janelas... telas... rendas... dela.


Não se sabe ao certo a hora do despertar...
a musica tocou a noite inteira
e a ajuda chegou pela manha
querendo colo, leite e janelas abertas...
Para entrar e se apossar do que deixou
Se preparando pra deixar mais outra vez.

Soluço.
Do marinheiro que nao veio e nem vira
à bailarina que nao dança por gostar de ler
a teoria o ancora no sofa
e Piazzola sai suave pelo sax.

Das mentiras essa é aquela que nao fica.
Entre todas as desculpas primitivas
Tem-se alem do sangue e da fuligem
e da presença do amigo mais querido
O delirio que dá liga as suas tintas...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Relativo Vinho e Vodka

Ele cheirava a milho e gengibre...
Bem tipico.
De mim exalava um vinho barato
Que eu nao bebi.
Mas quem ia acreditar na historia de terem derrubado em mim.
"É muito 'sessao da tarde'" ele diria.
Coisa de adolescente.
Mas estava lá... sentado no canto do sofa
Cheirando a adolescente.
Brincando com o gato.
Reclamando do frio.

Reparei no espumante na mesinha.
Sabia que ele nao tomava vinho.
"Presente da minha mae" Ele disse
E eu pensei que era muito 'sessao da tarde'

Coisa de...
Pensei de novo... Nao podia comparar...


Mas ele comparava.
E mesmo que discreto nao podia evitar.
Queria conduzir, mostrar, ensinar
Ensinar... Força do habito
Profissional dedicado
que mesmo contrariado leva trabalho pra casa.
E se me ouvisse falar assim...
Diria que a culpa minha...
e de minha inenarravel habilidade de insistir.
Eu nao discordo
E diria apenas que sou libriana
Mas ele nao entende nada de astros,
e teima em me pintar com cores frias
mesmo que em quadros quentes.

Tudo bem.
Sei onde guarda os incensos
Ele pede Jasmim
Eu acendo absinto.
E perjuro nao haver má intenção

Não há.
Não má.
Nada que lhe faça mal.

Se serve de bebidas fortes num copo pequeno.
Pequenas doses de um soro embriagante.
Diz que é como eu.
Me sinto vodka/gim/tequila
Mas me conheco muito mais dionisiaca.
Ele sabe
E lamenta nao ter resistido mais.

Não ter sido mais firme com os 'Nãos"
ou suas passadas largas no corredor
alarmado de nosso sagrado local
de encontro inadequado e obrigatorio.

Não como hoje,
Insensato permitido.
Os passos podem ser catalogados.
Um mapa deturpado da prova do crime.

A porta destrancada e as janelas sem cortinas
O frio se vai.
Os braços ficam.
Ouço bons sonhos regendo novas molduras...

Dele...que  dorme em paz
acreditando ser segredo
So porque escolheu
nao ler os meus poemas.

Relativo Convalescente

Eu era de uma outra outra Era
Lembro de pertencer a um outro tempo
Querer escrever uma outra historia.
A verdade é que nao adiantou de nada eu nao ser daqui
Quase me levaram por engano.
Mas eles nao sabem do meu plano
De nao partir.
So vou embora pra voltar de onde eu vim.
E seja o meu lugar aonde for
So espero que me esperem, que me aguardem
E que saibam que apenas me perdi.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Relativo Divergente

Estou sem tempo...
Tenho algo a fazer... coisas chatas do dia-a-dia
coisas que sempre adio mas precisam mesmo ser feitas.
Que sejam por mim entao...

Meu coração esta todo alugado.
Emprestado, vendido, doado.
Meu coração virou uma pensao de tres quartos.
Ando dormindo no sofa, dai essa dor nas costas que nao passa...
dai essa dor no peito tambem...
Falta de tempo...
A um, a dois, a todos, talvez...
falta de tempo pra mim...
falta, desleixo, defeito, comigo...

Fico pensando as vezes que se houvesse jeito
me doaria inteira a cada um
e eles me rasgariam no meio e dividiriam em partes iguais...
trocariam meus membros entre si
pelo puro gosto de me compartilhar...
Insensiveis ao que viria depois...

Concluem cada passo sem saber
Incentivando meu fetiche ilusorio...
de ter a todos num futuro que não existe
Pelo tempo que nao tenho e que me engole...
Me afasta daquele que tenho,
me amarra àquilo que tive
e fere com o que nao terei.

Ainda não sei o que pode ser amar
esses pobres irmaos de cadeia alimentar.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Relativo Sem Sentido

Hoje começa o feriado prolongado.
Feriado só pra mim...
Estou sozinha. Por minha escolha.
Escolhi, escolheu.
Decidi... estar com ele que nao esta aqui.
Independe.

Ontem achei que poderia mudar o mundo... o meu.
E demolir de vez o muro alheio,
e saquear o castelo,
e declarar ser a princesa que partiu
e jamais trara de volta o que sobrou.

Hoje acho que preciso de passagens de aviao.
Ou de carinho...
Mas tanto faz, não terei nenhum dos dois agora.
Não ha castelo nesse tempo/calendario.
Não nessa festa que ele me fara rainha.
Ainda nao.


Amanha pretendo sol e sorvete.
Mas o Sol não estará pra mim tão logo.
Minha cabeça nas nuvens trara tempestades.
E pensar que ainda não sei nadar.

Me abrigo num pedaço de terra sem frutos
Meu e dele...
Por puro medo de lançar as aguas...
Ainda sem casa...
So por saber que o Mar nao ta pra Peixes...
Espero em Cancer

E danço ao redor de uma fogueira

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Relativo Felino

Seu cuidado foi marcado no papel
que agora é meu.
Não o cuidado, um bom amigo,
que nao sou eu.
Eu sou amiga.
E de fato insisto em acompanhar.
Erro desnudo.
Dolorido e agradecendo o que sobrou.
Sorriso falso e bebidas fortes
acompanhando a musica que agride os vizinhos.
Pausa para a verdadeira musica.
Sirene.
Não vem.
Agradeço ao céu o que nao é choro.
O que seria do meu corpo
alojado em outro corpo que nao o seu?
Pedaços.
falo alto o que nao devia ser dito.
Ele gosta mas nao sabe disso.
Do seu gosto nao tenho posto pra comparação.
Relata de um mundo de mentiras
que em suas paredes nao existe,
mas navega petulante entre as minhas
e insiste que impero o sub mundo...
que ele nao conhece.
Ausente a sapiencia do afeto
Reconhece em minhas promessas ruptura
Desconhece o tempo que lhe dediquei bem antes
E me veste de sua farsa ignorante.
Sem saber que lhe teria amado muito
fosse ele quem fosse.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Relativo Onirico

Um toque lento.
Era tudo o que esperou de mim. E teve.
Suave e forte... meigo
de uma doçura leve que dura o instante exato.
Não se sabe que se sabe sim. E no momento é irrelevante.
A quem? Pra mim?
Aperto sua barriga e ele fala.
Meus dedos se afundam na pelucia.
Um exemplar convincente e que nao foge.
É um progresso. Está do avesso.
Proposta inenarrada e calorosa.
Estou amante. Me sinto amada.
Num segundo que se perde logo logo.
É diferente. Chego sozinha. Saio com ele.
Nunca estive em canto algum senao aqui.
E é por aqui que ele sempre me acompanha.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Relativo Escondido

O que mais doi sao as boas intençoes.
Maldita sinceridade que desarma. Deixa o soldado indefeso.
Aberto ao tiro inimigo... ao ataque estrangeiro...
à lembrança da musa ridicularizando a ideia de um futuro promissor.
E não se faz alarde quando nao tem o dom de ver.
E viu... não sei
Contou o que eu nao tive mais.
Já era tarde, foi logo cedo. O tempo de um começo que eu tive que adiar.
Outra vez... E quanto mais? O que mais estaria disposto a aguentar.
Olhar difuso. Discurso a Moccia.
Maldita sinceridade que não aflora.
Porque me deixa esconder o inofensivo?
Porque me deixa ferir o que não é meu?
E é meu. Só meu. Mas se é verdade nunca saberei.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Relativo Descrição

Só porque passei o tempo a me guiar.... e a as portas e janelas estavam fechadas....

Acho que desaprendi como se faz essa coisa de por um pé na frente do outro. Continuar.

Mentira!

Essa mania dos personagens historicos e da literatura, essa persistencia seguida de tragedia... eu não tenho.

Nunca fui firmada a nenhum deles. E não por falta de vontade não. Por falta de jeito.

Nunca fui menos historia pra ser mais abismo. E ja ouvi de ser muito dessa coisa funda que perde mesmo o amor mais bonito. De perder, eu tenho um pouco sim.

Mas de ganhar também... virei rede de talento escapulido e reinei soberana com o Dom.

Bebi desenfreada o valor e o pudor daqueles que guardavam meu sagrado e o divino.

Não sou artista, sou embalagem aberta.
Quero matar a fome de quem aguentar o mofo

E tambem a morte da santa literatura.

Relativo Incoerente

Menino bobo... mancado em circulos.
Desatino de pessoa incoerente que ja apreciou os grandes classicos.
Penso que nao desconfiei e soubesse que nao precisaria procura-lo, procuraria.
Não ligo. E nem vou interfirir.
Vai doer mais nele do que em mim... Vai doer nela.
E ela quer um pouquinho dessa dor. Por isso o do sentimento nulo e da vontade irrelevante.
Inapetece os sentidos ve-la fraca por um fraco bancando heroi de guerra.
Na guerra...na guerra soldado le poesia, mata e come.
Ele nao tem a fome pra comer a guerra dela. E ela não é guerra que sacia o meu soldado. Talvez nem eu. Mas nesse caso, me mantenho pronta a ser soldado inimigo. E com barriga vazia... E com mira no joelho.

Relativo Insolência.

Foi Lindo...

Mediocre e libertador.
Minha cor cheirando forte sobre a cor manchada dela.
Mancha minha pra uma 'ela' que não importa.
Não importa? Importa sim, pra mim basta seguir o definido feminino e pronto.
Devo admitir o exagero. Não do ataque sutil de moça delicada e enraivecida mas do motivo petulante que me fez agir assim...
Foi a foto. Ele idolatrava a foto. Que era minha. E depois dela. E depois nao soube mais.
Não sei o que veio primeiro... meu amarelo - rabo de cavalo ou a cabeleira solta dela.
Sera que ela precisou de ajuda?
Talvez não... talvez nem os outros talentos. Quais? -Multiplos... sempre a incontestavel variedade. e a imutabilidade do meu afeto que so tremula pelo excesso frio dele.
As paredes gemeram pra mim. Fiz a besteira de sugar o mal e limpar as veias visionarios de seu aberto companheiro de viagem.
-O que tiver mais coração...ele segue... me segue... TOCO TAMBOR
E que as cinzas sejam sopradas pra fora... e não haja infiltração na parede do banheiro.

sábado, 1 de maio de 2010

Relativo Doação

Esses dias eu estava lendo as cartas de Simone de Beauvoir ao escritor americano Nelson Algren, com quem manteve um relacionamento por 17 anos mesmo sendo casada e feliz com o marido, Sartre.

Num trecho da carta ela dizia que o amava e que ainda assim nao estava disposta a lhe entregar sua vida.
Fiquei um tanto incomodada com isso.
Como pode alguem distinguir amor de doação. Não querendo ser um exemplo nessa area. Mas o que seria o amor senao essa entrega.
Não que importe, mas duvido.
Eu que tenho essa mania de exaltar o sentimento, que seja ele entao maior que tudo.
Sei que ela podia sim amar aqueles dois homens, mas qual deles mereceu sua devoção.
Pensei, qual dos dois teria sido seu grande amor... Nunca saberei.
Talvez nem ela soubesse...
E longe dos seus criterios de amor
Sei apenas que ainda sou pateta e ridicula pra sentir necessidade de me doar.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Relativo (des)encontro

Havia mesmo quadros nas paredes. Por toda parte via o toque de um amor que não conhecia.
Alguns discos antigos, fotografias em preto e branco, estava no caminho certo.
Reparou também nas garrafas de uísque e conhaque, gostou mas não entendia muito bem.
Abriu uma gaveta na estante e escolheu um incenso. Acendeu. Esperou.
Ele chegou acompanhado de um bom amigo, o gato. Sorrio achando graça da menina sentada no sofá, havia tirado os sapatos, mexido em suas gavetas, colocado uma boa musica, sentia-se a vontade esperando a bebida que ele foi buscar.
Estava quente. Sentaram na varanda esperando conversar. Mas se olhavam curiosos demais e por isso nada falavam.
Ele tinha plantas na varanda. E uma vista agradável do céu. Mas ela olhava somente pra ele.
Ela havia desejado esse momento muitas vezes e por isso teve pressa.
Ele não havia notado e por isso não entendeu.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Relativo Desabafo

Hoje acordei com um visão um tanto fria do mundo.
Ainda as dores no estômago, ainda sonhos turbulentos, corpo dolorido e um medo violento da solidão.
Porem, meu desespero amanheceu menos medonho... Tenho um medo de que seja um mal sinal. Desistência, sabe. Insistir sem fé. Tenho medo de me enraizar a este mundo ao qual não pertenço. Não quero crescer aqui... O solo não aguenta o que preciso cultivar.
Sei que preciso de vitrolas velhas, maquinas de escrever... Velas acesas, incenso queimando, retratos de poetas nas paredes.
Acredito que preciso de um amor. Não, não sei se preciso. Eu quero. Mas não é nenhuma recomendação. Eu queria uma família também. Uma dessas como as outras. Numa casa como as outras... Talvez eu doasse minha individualidade por isso. Pelo reles, pelo comum. Eu só queria que o mundo me doesse menos. E eu perdoo qualquer um que pode errar. E eu quero enxergar o belo das pessoas, e faço... Só não é fácil ter o belo enxergado.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Relativo Adolescencia

“Porra de Vida!” Foi o que disse em suposto tom baixo enquanto rolava nervoso na cama desarrumada, se enrolando nas cobertas e se escondendo do frio de um inverno que acabara de chegar. Olhava disperso para o teto de seu quarto escuro, escuro e vazio.
Já era tarde, mas não havia ninguém para esperar, ninguém que pudesse ligar no meio da noite, ninguém que notasse sua expressão oca de desespero infundado, o desenho borrado de seus olhos ilegíveis. Há dias ouvia a mesma música....

Relativo Possessão

Cheguei da sua casa há algumas horas, tenho a impressão que não o vejo há dias.
Não sei se é saudade o que sinto. Sei que necessito de sossego. Não de calmaria, pouco movimento. Eu gosto de movimento, Gosto de sentir forte o tempo todo. O que eu necessito é de uma aquietação interior. Vai saber se a expressão é essa mesmo, só sei que preciso parar com as dores de estomago, a dificuldade de dormir, o pensamento que aflora sempre negativo e senti amargo o gosto das lembranças bonitas. O que estou tentando dizer, e ta difícil de sair, é que eu preciso estar perto de você para que as coisas dentro de mim sosseguem. Eu sei que parece bonitinha e até romântica essa ultima frase, mas não é nesse sentido. Estar perto de você me alivia por que posso observar você, saber onde está, com quem está, ter sua atenção, seu pensamento. Muitas vezes essa parte do pensamento não. E isto me incomoda muito.

Relativo Dúvida

Dia de fortes rasas emoçoes...

O Ciúme do inacabado me afeta o afeto , desacredito do talento que achei ter...

Senti vontade de sentar na cadeira com a Mari... quis estar la, tipo sete anões...

Mentira.... Eu Não sei... senti ciúmes da vida dos outros... senti inveja do que eles tem...

O que eu sei? O que eu tenho de bom?

O Dom me escapou das mãos... eu não me apaixono por mim mesma;;;

Tudo pode acabar em poucas horas... não sei pra onde irei. Não quero ir. Meu orgulho não permite vontade própria... Permite erros grotescos, obriga mentiras violentas....

Impede solidão crua e causa uma morte lenta...

Relativo Remorso


É dificil... Estive tentando entender porque...
O dia foi tranquilo. Não sei o que fez o coração acelerar. Estava me sentindo melhor por ter voltado a sentir, acho que não posso exigir que ele sinta também... Afinal, me falta sincronia e também um plano B... Meus pés estão gelados... doem, não os pés, os sentidos... Dói aquilo não posso doar... Aquilo que não é meu... 
"Dói em um lugar que não existe..." Não uso aspas, claro que uso.

Relativo Descontrole

O animal de minha primeira casa se deitou na cama da Musa e me roubou o discernimento de bem e mal.
Olhei nos olhos dela e a alma adormeceu.
O instinto ganhou voz e gritou meu desejo de machucá-la
Não por medo ou raiva... Mas porque minha admiração era intensa e profunda e queria aprofundar-se em sua pele e descobrir se La havia o doce que imaginava em seu sangue rosado.

Ou vermelho... Apaixonante... Mataria seus versos com mordazes declarações... Sua vida castigada escorrendo em minhas mãos... Amantes... E sem entender ou por entender bem demais ela ri... Como num truque de mágica... Vê-la escapar é dolorido... Não por falta de seus delírios quentes... Mas por falta do meu próprio calor que surge junto com a insatisfação dela... Ou seria falso orgasmo literário e (real)

Não por gosto que gosto do doce que tenho longe de seu gesto amargo de boas vindas ou despedida,,, Perto de mim o que tenho são lembranças de final ardido e pausa permanente...

Tenho vontade de matar pra ela... Pra que fique longe e garanta a vida que preciso para imortalidade do que nem será escrito.
Desdém aos que me fazem feliz... Entrego oferendas e pago tempestades... Peço a dádiva do Dom que escapou de mim e arrancou sozinho o sangue dela.

Choro seu não-suicidio.
Me lavo do lodo de pecados escondidos
Nos pecados não-cometidos por sua índole azul e ocre.