domingo, 20 de junho de 2010

Relativo ao que ele vê

Da paisagem firme ficou justo o estrangeiro.
Calendários cheios de santos de outra fé.
Na rua vazia o que se ve é alaranjado
Nos olhos fechados  do artista em seu casulo
Processo imediato e ininterrupto
circulando em sua arte de passagem.

Sorriso.
Agora preso em um frasco vermelho.
Guarda sua alma de profeta imersa em liquido quente
dentro do frasco vermelho.
O seu corpo a principio é ambiente... frio.
Não o suficiente.

O genio respira ofegante e o frasco soa.
Esquentando as cores por tras de suas
janelas... telas... rendas... dela.


Não se sabe ao certo a hora do despertar...
a musica tocou a noite inteira
e a ajuda chegou pela manha
querendo colo, leite e janelas abertas...
Para entrar e se apossar do que deixou
Se preparando pra deixar mais outra vez.

Soluço.
Do marinheiro que nao veio e nem vira
à bailarina que nao dança por gostar de ler
a teoria o ancora no sofa
e Piazzola sai suave pelo sax.

Das mentiras essa é aquela que nao fica.
Entre todas as desculpas primitivas
Tem-se alem do sangue e da fuligem
e da presença do amigo mais querido
O delirio que dá liga as suas tintas...

5 comentários:

  1. Muito bonito Gui!

    Um beijinho de boa noite,
    Ana Martins
    Ave Sem Asas

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  2. Tão intenso quanto a lua cheia ao fundo da figura que nos faz sombra diante de seu brilho!Beijosss e obrigada por estar no acolher com amor!

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  3. Lindo demais! Amei o "a bailarina que não dança por gostar de ler"...
    Beijos!

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  4. Oi, Guí... Tudo bem? Que alegria ler os seus escritos e os comentários acompanhantes! Parabéns! Você merece todas essas palavras maravilhosas e muito mais por tanto talento que tem... Grande abraço!

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  5. Gostei dessa pintura de sentimentos...
    Linda poesia!
    bjss

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