sexta-feira, 18 de junho de 2010

Relativo Vinho e Vodka

Ele cheirava a milho e gengibre...
Bem tipico.
De mim exalava um vinho barato
Que eu nao bebi.
Mas quem ia acreditar na historia de terem derrubado em mim.
"É muito 'sessao da tarde'" ele diria.
Coisa de adolescente.
Mas estava lá... sentado no canto do sofa
Cheirando a adolescente.
Brincando com o gato.
Reclamando do frio.

Reparei no espumante na mesinha.
Sabia que ele nao tomava vinho.
"Presente da minha mae" Ele disse
E eu pensei que era muito 'sessao da tarde'

Coisa de...
Pensei de novo... Nao podia comparar...


Mas ele comparava.
E mesmo que discreto nao podia evitar.
Queria conduzir, mostrar, ensinar
Ensinar... Força do habito
Profissional dedicado
que mesmo contrariado leva trabalho pra casa.
E se me ouvisse falar assim...
Diria que a culpa minha...
e de minha inenarravel habilidade de insistir.
Eu nao discordo
E diria apenas que sou libriana
Mas ele nao entende nada de astros,
e teima em me pintar com cores frias
mesmo que em quadros quentes.

Tudo bem.
Sei onde guarda os incensos
Ele pede Jasmim
Eu acendo absinto.
E perjuro nao haver má intenção

Não há.
Não má.
Nada que lhe faça mal.

Se serve de bebidas fortes num copo pequeno.
Pequenas doses de um soro embriagante.
Diz que é como eu.
Me sinto vodka/gim/tequila
Mas me conheco muito mais dionisiaca.
Ele sabe
E lamenta nao ter resistido mais.

Não ter sido mais firme com os 'Nãos"
ou suas passadas largas no corredor
alarmado de nosso sagrado local
de encontro inadequado e obrigatorio.

Não como hoje,
Insensato permitido.
Os passos podem ser catalogados.
Um mapa deturpado da prova do crime.

A porta destrancada e as janelas sem cortinas
O frio se vai.
Os braços ficam.
Ouço bons sonhos regendo novas molduras...

Dele...que  dorme em paz
acreditando ser segredo
So porque escolheu
nao ler os meus poemas.

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